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30/01/2024 as 01:51:15 | por Sinval Campelo |

Sem avisar Prefeitura ocupa sede da banda que é patrimônio cultural e desaloja músicos

Em vídeo, vereador Jonas Dentista e diretor da banda querem providências imediatas do Poder Executivo. Entenda a problemática

Fotografo: divulgação
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Sede da Banda está lotada de caixas -sbcsul.30.1.23

A falta de respeito por parte da Secretaria de Educação de Mafra, com a banda Padre José Maurício está gerando polêmica no município de Mafra e vai repercutir em nível federal porque a banda tem apoio do Ministério da Cultura. Na verdade é um completo desrespeito com a cultura local. Essa banda, com mais de 70 anos de trabalho, representa uma parte importante da identidade cultural do município, e é inconcebível que, desde novembro estejam sendo privados da sua sede, de seu espaço que lhes foi prometido e do qual necessitam para ensaiar e se reunir.

 

O vereador Jonas Schultz (Jonas Dentista) esteve no local junto com o diretor da Banda, José Mauricio Lopes (Mauri) de 62 anos, o qual relatou em vídeo a problemática que enfrentam. A banda está sem apoio da Secretaria Municipal da Educação, a qual deveria estar ao lado dos músicos e apoiar a liberação da área para os ensaios, mas por questões burocráticas e políticas, se omitiu.

 

-Eu preciso falar, como vereador, mostrar o que está acontecendo, antes que comecem com videozinhos por aí desmentindo tudo, tentando passar uma mensagem que não é verdadeira. São 70 anos de história da Banda Padre José Mauricio, tratados com desrespeito...disse Jonas Dentista.

 

Não bastasse isso, o espaço destinado aos ensaios está ocupado por equipamentos de iluminação, centenas de caixas contendo lâmpadas led, que aparentemente foram depositados ali sem o devido consentimento. Esses equipamentos representam dinheiro da Cosip, que deveriam ser destinados a melhorias na iluminação pública, e não serem estocados sem cumprir o devido destino, com tantas ruas e estradas ainda com precariedade na iluminação pública.

 

- É imprescindível lembrar que a banda Padre José Maurício é considerada patrimônio do município e recebe apoio do Ministério da Cultura, o que reforça a importância e o reconhecimento do trabalho desenvolvido por eles e está sendo tratada desse jeito, com a sala interditada, cheia de caixas com lâmpadas que já deveriam estar nos postes...mas vai acontecer...é ano político..., mas é um desrespeito com a banda, com o maestro Matias Herberst, que tá com 95 anos e ficou muito triste com o que viu...- pontou Jonas Dentista.

 

Mauri contou que havia um acordo registrado em ata, no qual a banda cedia parte de seu espaço para a construção da AMPLANORTE, e esta iria garantir que a banda mantivesse sua sede. No entanto, até o momento, a documentação do terreno ainda não foi regularizada, o que deixa a banda em uma situação vulnerável.

 

Essa situação é lamentável não apenas para os contribuintes, que veem seu dinheiro sendo mal utilizado, mas também para a cultura do município. A banda Padre José Maurício é um dos pilares culturais da região e merece respeito, apoio e condições adequadas para desenvolver sua arte.

 

O vereador Jonas Dentista enalteceu que o Executivo precisa desocupar a sede, o espaço para a banda ensaiar e que tome medidas urgentes para solucionar essa situação.

 

-A banda Padre José Maurício precisa ter seu espaço de volta e ter seu terreno regularizado, garantindo assim a continuidade e valorização de sua importante contribuição cultural para o município – disse o Vereador.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

História da Banda e do fundador Lauri e do filho, conhecido como Mauri

Com 16 anos de idade, o padre e compositor brasileiro José Maurício Nunes Garcia (1767-1830) criava a sua primeira peça musical, Tota puchra Es Maria (Tu és toda formosa, Maria). Após a chegada da Família Real na colônia, em 1808, Dom João fica admirado pelo talento do sacerdote e o nomeia mestre da Capela Real. Entre as funções, estavam a de compor músicas e reger cerimônias da corte. Mais de um século depois, o prodígio reverendo iria inspirar novas gerações de músicas e pessoas.

 

Em 1954, na cidade de Mafra (SC), nascia a banda Padre José Maurício em homenagem ao maestro carioca. Entre os fundadores estava Lauri Lopes. Ele e a esposa, Maria Neusa dos Santos Lopes, tiveram um filho e escolheram o nome de José Mauricio dos Santos Lopes para replicar o tributo.

 

A banda realizava apresentações musicais na cidade e região. Em casa, José Maurício já convivia com os ensaios. Era um ritmo dois por quatro. Aos seis anos de idade, acompanhava o seu Lauri nos estúdios de rádio na década de 1960. Na época, assistia ao pai e à banda nas rádios paranaenses e catarinenses. O conjunto musical tocava clássicos como “Moon River”, de Audrey Hepburn.

 

“Queria ser igual o meu pai. É o herói sem capa e máscara. Admirava muito, um exímio músico e maestro. Viajava muito a São Paulo porque precisava assinar as partituras”, lembra José Maurício.

 

A partir disso, aflorava o interesse musical no garoto. Se fosse preciso afinar os instrumentos, carregá-los e praticar o ensaio, ele estava sempre disposto. “Foi surreal, e pensei comigo: ‘vou viver da música’. Mas a vida nos mostra caminhos diferentes e nem tanto musicais, muito menos harmoniosos”, relata.

 

Com 10 anos realizou a primeira apresentação musical como baterista. Aprendeu com o pai a tocar saxofone. Hoje, toca 18 instrumentos. Na função de percussionista participou do programa de calouros “Expresso da Quinta”, na Rádio B2, em Curitiba (PR), comandado por Mário Vendramel. Lá, José Maurício ganhou o primeiro lugar na disputa. Foi a primeira participação com o público, o que tocou seu coração de forma extraordinária.

 

Depois, Lauri levou o filho para tocar no primeiro baile de carnaval em Mafra. “Fomos descobrindo a sonoridade, o ritmo e a valsa, até mais tarde participar de bandas profissionais, tocando bateria e percussão junto com meu pai”, diz o músico. Entretanto, estudar em um conservatório estava fora de cogitação. Não tinha condições de frequentar o espaço. O sonho ficou fora do repertório.

 

No microfone e nas ondas do rádio

 

O que José Maurício sabia fazer era tocar nos bares e bailes. Entretanto, em seu primeiro vestibular, decidiu estudar Ciências Contábeis e se formou na área. Mas as ondas do rádio mudaram a navegação de seu percurso.

 

“Na minha adolescência, descobri outro grande instrumento que me incentivou a lutar pelos meus sonhos: o rádio. Durante 35 anos dediquei-me exclusivamente a essa ferramenta de comunicação, que é a mais encantadora de todas”, conta.

 

Passou por diferentes rádios e emissoras de televisão em Santa Catarina: Transamérica, Cidade, Rede Nova, Rádio Clube, Band, Jovem Pan, Rede Brasil Esperança, SBT e Record. Foram três décadas compartilhando energia, emoção e o companheirismo aos ouvintes.

 

Veias que pulsam música

 

Atualmente, José Maurício é servidor público em Mafra, onde trabalha como agente administrativo na Casa da Cultura da Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Cultura. Em 2019, ele percebeu um “chamado” para voltar a estudar.

 

“Aquela voz que bate no meu coração dizia: ‘procure um curso de Música a distância’. São fatos, não é coincidência. Sentei em frente ao computador e a primeira [página] que apareceu na busca foi o curso de Música pela Uninter. Procurei saber mais. Naquela mesma semana as inscrições estavam abertas, fiquei muito feliz. Durante muitos anos procurei estudar em conservatório, mas era muito caro, tinha que deixar minhas coisas, mudar de cidade”, rememora.

 

Em março daquele ano, ele se matriculou no curso de licenciatura em Música da Uninter no polo Rio Negro (PR). Graduado em março de 2023, aos 62 anos, José passou a atuar como professor de música. Prestou o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE) e lembra com carinho do exercício de analisar as partituras de Bach e Mozart.

 

Ser filho de músico e levar seu legado adiante não é uma tarefa fácil. Durante a jornada, ele procurou se aprofundar ainda mais no conhecimento musical, mas percebia que faltava algo. Foi então que descobriu na Igreja um novo motivo para não só tocar um instrumento, mas para louvar a Deus.

 

“Lá estava eu, tocando as mais belas melodias escritas e ao mesmo tempo tentando tirá-las em meu velho saxofone presenteado pelo meu pai. Era um cenário mágico e perfeito de aprendizagem. Em vez de sangue, são notas musicais correndo dentro da minha veia”, diz.

 

Recentemente surgiu a oportunidade de ensinar música, através do convite de um maestro e também membro da igreja que ele participa. Por lá, teve a experiência de lecionar para um aluno de 92 anos, que apreendeu a tocar violino.

 

“Imediatamente lembrei de meus pais quando falavam ‘não guarde o conhecimento só para si, divida-o com quantos puder e ajude a melhorar a vida das pessoas. Essa será sua missão na Terra’, e assim tem sido, até os dias de hoje”, lembra.

 

Um maestro sob a batuta de mestres

 

José Maurício também é regente da orquestra filarmônica de Mafra. Neste momento, tem uma nova missão: montar a banda municipal com participação de crianças da rede pública de ensino. Trompetes, trombones, fagotes e outros instrumentos farão parte da banda.

 

“Deixo o meu agradecimento especial à Uninter, que me proporcionou a realização deste sonho que parecia tão distante. É um mix de euforia e encantamento. Foram quatro anos na educação a distância e usufruindo desta tecnologia que move o mundo e nos aproxima em tempo real. Com toda a infraestrutura da Uninter, ela me proporcionou a realização deste sonho”, relata.

 

“Iniciei como tantos, cheio de dúvidas que foram sanadas com maestria pelos orientadores pedagógicos do polo Rio Negro e pelos professores em Curitiba. E hoje, considerando-me formado, sinto-me disposto e estimulado a prosseguir na jornada em busca de mais conhecimentos. Tudo indica que continuarei estudando e em breve vou me matricular no curso de pós-graduação e no mestrado”, conclui.

 

 

 


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