24/03/2022 as 11:50 | por RéullinerRodrigues/assessoria |
Dezenas de familiares de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) em Juara (MT), se reuniram para discutir demandas e buscar melhorias dentro do Poder Público com foco em ações de inclusão e atendimento humanizado. O encontro motivado pelos pais e mediado pela vereadora Sandy de Paula, aconteceu na sala de reuniões da Câmara Municipal e contou com a participação da vereadora Marta Dalpiaz e da primeira dama do município, Silvia Sirena.
Às vereadoras e primeira dama, mães e pais relataram a falta de políticas públicas voltadas às orientações, diagnóstico precoce e apoio para pessoas com TEA. Além das dificuldades enfrentadas no cotidiano, os familiares pontuaram a necessidade de melhorias no atendimento e acompanhamento nos serviços de saúde e educação, e a criação de uma associação.
De acordo com a vereadora Sandy, o tema precisa ser difundido no município assim como os pais necessitam de maior apoio. “Para incluir, combater a desinformação e conscientizar, precisamos de políticas públicas mais efetivas. Isso envolve encontros para os pais, campanhas, apoio especializado, capacitação de profissionais da educação e saúde, entre outros”, comenta.
Para o pedagogo Fábio Ludke, o encontro foi uma oportunidade para que às famílias sejam ouvidas. “O papel da vereadora foi valioso em se solidarizar com a causa. Às vezes não tinham conhecimento do que passamos. Nós queremos apenas proporcionar qualidade de vida para nossos filhos. À partir daqui sonhamos com novas ações e novos olhares pelo poder público e pela própria sociedade”, afirma.
A juarense Valéria Marques, esposa de Fábio e mãe da pequena Valentina, de 5 anos, conta que sua filha foi diagnosticada com um ano e sete meses. Segundo a mãe, foram muitos desafios para auxiliar o desenvolvimento de Valentina, sendo preciso deixar o trabalho. Além disso, após terem iniciado a terapia via SUS com dificuldades no período de agendamento e a falta de profissionais, tiveram que transferir para atendimento particular.
“Os sinais da Valentina senti desde o primeiro momento em que peguei. A cada mês que passava eu conseguia ver mais sinais, como atrasos motores, no desenvolvimento e na fala. Ouvimos críticas, falavam que estava mimada, com preguiça, com manha, que não estávamos estimulando. Foi muito difícil. Depois do diagnóstico passamos pelo processo de aceitação para dar melhor qualidade de vida”, conta.
Fábio e Valéria buscam dentro da profissão auxiliar os professores de sua filha com os conhecimentos de pais e de pedagogos, mas também se preocupam com a carência de atendimento especializado.
“É uma responsabilidade grande que vai além do querer. São questões de vulnerabilidade, psicológicas e o município precisa enxergar isso, desde o comércio, população e o setor público. Algumas famílias não tem condições de custear terapias. Se for possível, que o município faça um consórcio com profissionais habilitados para auxiliar”, menciona o pai.
“Iremos acompanhar de perto toda essa demanda apresentada para que tenhamos bons resultados. Foi uma reunião extremamente necessária e produtiva. Cada vez mais precisamos deste envolvimento da população para as causas da nossa cidade”, finaliza Sandy.