Livre para voar

“O Geraldo sempre disse que eu estava dividindo o partido, então, se eu sair do PMDB, saio para deixar o partido unido. E se sair para participar de um arco de alianças, o Geraldo que fique sozinho com suas arbitrariedades, porque arbitrariamente ele marcou uma pré convenção para o dia cinco de março enquanto acertava com o PSDB, mas acontece que a esperteza falhou”, disse Sebastião.

O deputado federal Geraldo Resende estaria costurando por cima a sua ida ao PSDB, via senador Aécio Neves, presidente nacional do partido. Aécio chegou a ligar para o governador Reinaldo Azambuja falando da pretensão de Geraldo.

Reinaldo Azambuja por sua vez teria sido bem claro ao presidente nacional do PSDB que o partido tinha nome definido para a disputa das eleições em Dourados e esse nome era Marçal Filho. Tanto que posteriormente a conversa com Aécio, o governador Reinaldo Azambuja, o homem de Maracaju, resolveu botar pimenta na linguiça do Geraldo e decidiu tornar publica a ideia de lançar Marçal Filho a prefeitura de Dourados nas próximas convenções.

Os buracos irritam moradores em todas as cidades brasileiras e as vezes o cidadão perde a paciência de esperar pelo poder público e resolve agir por conta própria, na melhor das intenções. Mas é preciso ficar atendo, mesmo agindo bem intencionado e em favor da coletividade.

É o caso do microempreendedor Sérgio Valdnei de Souza, de Analândia, interior de São Paulo. Incomodado com os buracos na rua da cidade, ele muniu-se de pincel e tinta e saiu demarcando as crateras com um círculo branco. A ação, incentivada por moradores, não agradou a prefeitura. Souza foi abordado por um funcionário da Secretaria Municipal de Administração e advertido para suspender a marcação.

Ele alegou que seu objetivo era sinalizar os buracos para evitar acidentes, principalmente com crianças em bicicletas. O servidor acionou a Polícia Militar. Os policiais fizeram um termo de dano ao patrimônio público. A abordagem foi parar nas redes sociais. A prefeitura informou que a pintura de ruas é disciplinada por lei e que o uso inadequado pode confundir motoristas. E que os serviços de tapa-buracos foram prejudicados pelas chuvas.

O brasileiro entrou 2016 atolado em dividas e muitos não tem dinheiro para manter o próprio carro. Mas no Senado não há motivos para reclamar. Recursos para o transporte dos parlamentares tem de sobra. A Casa empenhou R$ 1,7 milhão para a locação de veículos no Distrito Federal.

O valor não inclui os motoristas e o combustível que será utilizado pelos senadores nos trajetos. Os recursos atendem ao período de 1º de janeiro de 2016 a 18 de setembro de 2016. O número de veículos locados é o mesmo de senadores: 81, isto é, cada um deverá contar com carro privativo.

A empresa LM Transportes Serviços e Comércio LTDA é contratada do Senado desde 2011. Os recursos a serem desembolsados em 2016 são parte do 5º aditivo de prorrogação do contrato.

Junto com as prorrogações, ao longo dos anos, também aconteceram reajustes nos valores. Entre 2011 e meados de 2013, o valor mensal do contrato era de R$ 161.190,00. Do final de 2013 ao final de 2014, o montante pago foi de R$ 170.360,01 por mês. A partir de setembro de 2014 que os valores chegaram aos atuais R$ 186.066,91 mensais.

Os veículos locados pelo Senado não são do tipo básico. Os automóveis utilizados pelos senadores são sedan três volumes, na cor preta, zero quilômetro, potência mínima de 140 CV, cilindrada mínima de 2.0, quatro portas laterais e uma porta de acesso ao porta-malas.

Além disso, os carros possuem direção hidráulica ou elétrica, ar condicionado, barras de proteção lateral contra impactos, vidros com acionamento elétrico nas quatro portas, travas elétricas nas quatro portas, airbag duplo frontal e lateral, sistema de freios a disco nas quatro rodas, ABS e EBD nas quatro rodas, pelicula anti-vandalismo nos vidros laterais e traseiro com transparência mínima prevista em lei.

Os bancos dos veículos possuem revestimento em couro, encosto de cabeça em todos os bancos dianteiros e traseiros com regulagem de altura, áudio CP Player com tomada auxiliar compatível com IPod, IPhone, CD-RW, MP3, WMA e MC.

Os carros, claro, também contam com itens e acessórios de segurança exigidos por lei, não sendo permitida a instalação de qualquer tipo de dispositivo adicional, não contido nas características originais do veiculo. “Estas especificações são compatíveis com a grande maioria dos veículos da categoria sedan médio ou superior, existentes no mercado”, aponta o contrato.

Os carros dos senadores não são compartilhados com outros funcionários da Casa. Por isso, o Senado Federal também reservou R$ 2 milhões para contratação de empresa para prestação de serviços de transporte, incluindo veículos, motoristas e ajudantes, devidamente habilitados, para transporte de pessoas em serviço, materiais, documentos e pequenas cargas, para atender à demanda do Senado em deslocamentos no Distrito Federal. De acordo com a nota de empenho o valores atendem o período de 1º de janeiro a 2 de maio de 2016.

“Seja mais esperto do que os outros, mas não deixe que eles saibam.” (Luis Buñuel)