04/07/2022 as 23:26:13 | por Sinval Campelo |
A notícia de que o brasileiro Douglas Búrigo, 40, foi atingido por um bombardeio russo na cidade de Kharkiv, no leste da Ucrânia no último sábado (2) deixou a família dele no Rio Grande do Sul abalada. Ele viajou à Polônia dia 24 de maio, para se juntar as forças de resistência da Ucrânia contra os invasores russos, por livre e espontânea iniciativa e contra os desejos da família que preferia que ele ficasse tomando conta de sua borracharia no município gaúcho de São José dos Ausentes.
Tendo servido ao Exército brasileiro durante cinco anos foi fácil se unir à Legião Internacional, grupo de estrangeiros que lutam ao lado das Forças Armadas ucranianas e as primeiras semanas ficou recebendo treinamento na capital ucraniana, Kiev e no dia 28 de maio postou no Instagram foto em que usava um uniforme militar com as bandeiras do Brasil e da Ucrânia, com a denominação Slava Ukraine (glória à Ucrânia, no idioma local).
A notícia da morte foi dada à família por um telefonema no sábado à tarde. O pai Pedro Búrigo disse que buscou saber do primo de Douglas, o deputado estadual Carlos Búrigo, a confirmação e à ele a embaixada brasileira na Ucrânia confirmou a morte.
— Me disseram que realmente receberam a notícia de que ele faleceu. Outros brasileiros que estavam lutando com ele ligaram para contar. Mas agora o governo da Ucrânia deve formalizar essa informação à embaixada. É lamentável. Está sendo muito difícil para a família — disse o deputado.
— Não conseguimos tirar isso da cabeça dele. Pelo que entendi, ele ia levar apoio aos civis bombardeados, machucados. A gente não esperava que ele fosse para a linha de frente. Estamos em choque com a notícia ainda. Não dá para explicar. – disse o Pai à imprensa do Rio Grande do Sul.
O último post de seu Instagram de Douglas é um vídeo com três fotos e ele diz:
-Eu tô numa fase da minha vida que eu quero aproveitar cada momento. Cada milésimo de segundo do meu tempo. Eu quero ter mais histórias para contar do que ter coisas para mostrar.
Por sua vez, o Ministério da Defesa é enfático em afirmar que desaconselha a ida de brasileiros à Ucrânia e países próximos onde têm tensão de guerra.