09/03/2016 as 05:51:57 | por Almir Portela/Nova News |
Nos últimos dias o Rio Ivinhema voltou a subir e a água chegou a atingir cerca de quatro metros de seu nível normal, segundo da Defesa Civil. A divulgação é constatada por ribeirinhos que vivem na localidade há vários anos. De acordo com eles, essa seria a maior cheia das últimas cinco décadas e a água já teria passado de cinco metros no nível do rio.
Devido ao grande volume, casas foram invadidas pela água e ribeirinhos estão sendo forçados a deixarem suas moradias. Pelo menos 42 imóveis foram tomados pelo rio. De acordo com a Defesa Civil, a maioria das residências são casas de veraneio que são frequentadas apenas nos finais de semanas.
Segundo os responsáveis pelo monitoramento do rio, nas proximidades da ponte que liga os municípios de Nova Andradina e Ivinhema, apenas quatro família são residentes às margens do Rio. Na manhã desta terça-feira (8), o Nova News esteve no local o pôde constatar que os poucos moradores que residem ali, foram forçados a abandonarem suas residências às pressas, deixando a maioria dos móveis para trás.
Ao longo da margem do rio é possível ver casas completamente tomadas pela água. Um proprietário afirma que ainda não foi possível calcular os prejuízos. Ele disse que aguarda o volume do rio diminuir para ver o que restou dentro do imóvel.
Luiz Carlos Lopes de 38 anos,(Foto ao lado) morador ribeirinho e proprietário de um pequeno comércio próximo a ponte do Rio Ivinhema, disse que perdeu quase toda sua mobília, e o pouco que consegui salvar, se encontra dentro de um barco. Ele lembra que a água subiu rápido e a força da correnteza impossibilitou a retirada dos pertences. “Nasci aqui às margens deste rio. Minha família vive aqui há anos, nunca presenciamos uma cheia desta proporção”, relata o ribeirinho.
Outro que viu a água invadir sua casa e destruiu praticamente tudo foi Claudemir Fernandes. Segundo ele, só restou à roupa do corpo e poucos pertences que ele conseguiu retirar pelo telhado de sua casa. Até documentos pessoais foram destruídos. Tadi, como é popularmente conhecido no local, disse que reside ali há mais de 20 anos e nunca ouviu um relato de uma cheia deste nível, nem mesmo dos mais antigos, afirma ele. O morador foi obrigado a amarrar sua casa com uma corda para não ver a correnteza levar o pouco que restou.Os moradores estão acampados em uma ilha formada pela cheia, aguardando o nível da água baixar. Segundo eles, nas últimas 24h, o volume da água já diminuiu cerca de 20 centímetros, e a expectativa é que nos próximos dias possam tentar voltar e conferir o que sobrou das moradias.
Na região de Angélica, no trecho da rodovia MS-141, uma ponte de madeira foi levada pela correnteza, deixando interditado a ligação entre os munícipio de Angélica e Nova Andradina.
No final do ano de 2015 o Rio Ivinhema já havia registrado uma cheia parecida. Na época a Prefeitura de Ivinhema chegou a decretar estado de emergência. As famílias ribeirinhas receberam atendimento do Corpo de Bombeiros e Defesa Civil.
Em contato com Reginaldo Oliveira, responsável pelo monitoramento do Parque de Várzea do Rio Ivinhema, localizada nas divisas dos munícipios de Taquarussu e Jatei, fomos informado que, mesmo com a cheia, não há constatação de danos na região. Oliveira lembra que a alta do nível do Rio Ivinhema se dá em virtude do grande volume de chuva registrada nos últimos dias, principalmente nas cabeceiras formadas pelos Rios, Brilhante, Dourado e Vacaria.