Miss TO faz ação contra preconceito: 'Somos mais que a aparência

Karlla Cardoso é Miss Tocantins Latina 2015 e fez um desabafo na web.
Ela diz que foi chamada de hipócrita por ser evangélica e posar de biquíni.iss Tocantins Latina 2015, Karlla Cardoso, de 25 anos, está participando de uma ação contra o preconceito sofrido pelas misses. A jovem usou as redes sociais esta semana para postar uma foto e escrever um desabafo. Ela conta que a publicação das imagens é o primeiro passo de uma série de ações que serão desenvolvidas até março.

"O objetivo é mostrar que somos mais que a aparência. Que trabalhamos, estudamos e que não fazemos qualquer coisa pelo sucesso. Não estamos à disposição, mas nem todo mundo sabe disso", explica.

Karlla foi eleita Miss Tocantins Latina em 2015 e passa a faixa em março desse ano. Ela explica que a campanha "Muito além do tchauzinho de miss", pelo empoderamento feminino, faz parte do concurso Miss Intercontinental Brasil 2016, no qual a jovem é candidata pelo Distrito Federal.

No concurso, as candidatas foram orientadas a expor a forma pejorativa como são tratadas quando dizem que são misses. Segundo a organização, antes de tudo as jovens são estudantes, balconistas, médicas, mulheres comuns, que também sofrem preconceito e lutam por respeito, igualdade social e autonomia.

Na imagem postada pela miss, na terça-feira (5), ela aparece com a palavra "hipócrita" escrita no peito. Segundo a moça, este é um dos muitos termos pejorativos que são usados contra as misses.

A jovem explica que escolheu a palavra hipócrita por causa dos questionamentos que ouviu em função da religião dela. "Já ouvi de gente que nem me conhecia que era incoerente eu ser evangélica e posar de biquíni."

Outra proposta da campanha seria eliminar a ideia de que as misses reforçam estereótipos. "Nunca vou ter a aparência física de outra mulher ou outra mulher a minha. Cuido do meu corpo porque gosto, porque me faz feliz e cada um é livre para fazer o que quiser", defende.

Preconceito
Karlla conta que depois que se tornou miss passou a ser mais assediada e que muitas pessoas confundem o trabalho dela.

"Tem homens que se aproximam com segundas intenções e se ofendem quando não aceitamos as propostas deles. Acho que de forma geral as mulheres enfrentam isso, mas por estar em uma carreira de maior evidência, acredito que acabo ficando mais exposta."

A jovem conta que nem sempre teve afinidade com ideias feministas. Ela é estudante de jornalismo e a aproximação veio através de uma disciplina da faculdade.

"Eu achava que a feminista era aquela mulher que quer o lugar do homem. Então não concordava, porque eu não queria isso. Mas depois fiz uma disciplina na faculdade e vi que não era aquilo que eu pensava. Por isso, quando o concurso veio com essa proposta, não recebi com preconceito. Algumas vezes você sofre preconceito e não sabe como argumentar, por ter uma resistência em conhecer a ideia, por não saber do que se trata."

Convite
Karlla confirmou a participação no Miss Intercontinental Brasil 2016 em dezembro do ano passo. Segundo a jovem, o convite para representar o DF significa uma oportunidade para dar amplitude as causas que ela defende. "Estou muito feliz pelo convite. Essa é uma forma de passar a menssagem que quero transmitir em um espaço maior."

A representante do Tocantins no Miss Intercontinental Brasil 2016 será a jovem Mary Caroline, de Palmas.

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